segunda-feira, 19 de maio de 2008

E que Situação!!!

Sábado 17/05/08

São 9 da manhã e estou no meu primeiro ponto de ônibus do dia, meu destino, UESP.
Enquanto aguardo pacientemente meu carro outras pessoas não esperam e voltam para suas casas sérias e gritantes. Meu carro, Rodoviária Circular, desponta exatamente as nove e trinta e cinco, ou seja, me atrasaria para o compromisso marcado para as dez. O carro vem incrivelmente lotado e durante quase um minuto e meio fico com as costas apoiadas na parte interna da porta sem poder mover ao menos a cabeça e com dificuldade para respirar, mas isso, não me impede ver uma rede de escolas públicas que expõem um cartaz que anuncia greve de seus funcionários por tempo indeterminado o que me faz lembrar de duas notícias que vi no início do dia: uma que fala, sobre a greve no dia anterior de médicos da rede municipal e outra que anuncia uma possível greve da Agespisa para o dia 21 desse mês. Depois de um bom tempo próximo à elevada temperatura do motor do carro, consigo passar pela roleta e fico próximo ao cobrador observando um diálogo entre esse e um senhor que entra depois.
-Senhor: rapaz, e essa greve?
-Cobrador: pois é, estamos atrás de nossos direitos. Só isso.
-S: quanto estão pedindo mesmo?
-C: queremos um reajuste de 8% no salário, e 12% nos extras. Quer saber mais, não temos quase direito a nada, nem férias, nem feriados e, pra você ter uma idéia, nosso plano de saúde saiu agora.
-S: é um problema. E em casos de batida quem paga pelo prejuízo?
-C: é o motorista, principalmente quando fica comprovado que é ele o responsável.
-S: em casos de roubo também?
-C: ás vezes, se o dinheiro está guardado no cofre (caixa preta próximo aos pés do cobrador) ele não paga, mas, caso contrário, sim. O pior é a empresa Asa Branca, que o cobrador paga de qualquer jeito.
Depois disso tive que me afastar para dar espaço aos outros e perdi o foco da conversa.
Mais adiante duas mulheres protestantes conversavam enquanto pregavam a palavra. Uma delas disse: “não cobiçais o que é alheio”, más, só pude perceber que se tratava de alguém - acho que o vizinho-, o certo é que de tanto falarem dos outros sua parada ficou para trás e aí os passageiros, em coro, berraram ( seu p....., espera aí motorista de m....).
Exatamente as 10 e 40 cheguei em minha parada (quarenta e dois minutos atrasado).
Entrevistei a professora Lisete Napoleão num dos bancos da UESP, e a primeira coisa que avistei foi outro cartaz de greve. Esse pedia aumento de salário para os docentes da instituição e melhorias na estrutura da Universidade.
Terminada a entrevista, esperei uns quinze minutos até pegar um ônibus com destinos estranhos. Ia para a Vila Bandeirante/ SETUT/Frei Serafim, mas meu interesse era a João XIII. Chegando lá, mais uma vez no ponto de ônibus, tive que esperar uma hora até meu novo carro passar. Observo diversos carros com destinos diferentes, eles seguiam desde Satélite até locais desconhecidos, outros iam para municípios longe daqui. Só vinte e cinco minutos depois chego em casa.....

Mais Tarde.....
Novamente num ponto de ônibus, espero um novo carro para um compromisso para as quatro da tarde no Riverside Shopping. Por sorte consigo uma carona e chego sem dificuldades.
Encerrado minhas tarefas, às oito e meia da noite, me dirijo ao ponto de ônibus em frente ao mesmo e espero um novo carro com destino para casa. Percebo as pessoas impacientes, algumas falam ao celular, outras conversam com amigos e namorados e, com rapidez, elas começam a ir para suas casas. Vão de carona, de táxi, moto táxi, pois os ônibus pararam de funcionar à uma hora e meia atrás ao ponto de ficarem umas quatro pessoas comigo. Uma delas, Dona Marta, aguarda o marido, e eu com quem não quer nada pergunto:
- Diego: dona marta o que acha dessa paralisação dos ônibus?
-Marta: eles são uns filhos da p......, uns m....., que não querem é trabalhar, e quem se f..... somos nós. Seu marido chega e eu sobro na parada.
Com isso desligo meu gravador, meu senso de observação, e começo a andar, andar, andar....., e então percebo que só assim vou chegar em casa.



2 comentários:

Susyanne Oliveira disse...

Esse negócio de greve é um s... mesmo.rsrsrrsrs
Estou gostando de ver seu faro jornalístico!
Adorei sua atitude no dia do júri simulado!
Muito bem meu filho!
bjs

Luana Sena disse...

Rapaz, o sujeito conversando com o cobrador tinha todo um faro jornalístico, hein?! HAHAHAH.
Como sempre, MUITO bom, Diego Marimbondo xD