terça-feira, 23 de junho de 2009

Sobre acreditar nas pessoas, sobre acreditar em si

Outro dia, já na última semana de aula do semetre, indo eu de ônibus pro ceut, comecei a pensar em quantas vezes sabe-se lá a cena já tinha se repetido. Eu ali, dentro de um ônibus, em direção a um lugar, correndo atrás de conhecimento, e mais e mais conhecimento. Antes, pra poder fazer uma leitura do mundo, depois pra passar no vestibular, e agora não mais do que para conseguir uma formação superior que já nem vai valer mesmo de tanta coisa.

Aí eu lembrei de todas as vezes em que madruguei para ir pra escola. Quando meus pais se separaram, e minha mãe não sabia dirigir, não teve outra: tivemos que aprender todas as linhas de ônibus que passavam pelo nosso apartamento. E acho que nem mesmo a minha mãe já tinha pego um ônibus um dia. Mas enfim, íamos nós duas lá naquela superlotação até chegar próximo ao meu colégio que ficava ainda a 7 quarteirões do trabalho da minha mãe. Mas ela, entretanto sempre saltava do ônibus ali comigo naquele ponto, pra me acompanhar até a escola, porque tinha medo que eu atravessasse a avenida sozinha.

Aconteceu que começamos a encontrar dentro daquele ônibus sempre nos mesmo horário, uma das professoras da escola em que eu estudava, que nem era a da minha turma, mas nos indentificávamos pela farda. Ai conversa vai, conversa vem, ela se oferecia todas as manhãs pra me acompanhar até o colégio, evitando assim aquela caminhada matinal de minha mãe. E então um simples ato que nem custava mesmo tanto esforço deve ter causado um alívio enorme pra minha mãe, que passou a saltar do ônibus só quase 10 quarteirões à frente.

No caminho para a escola eu e a professora conversávamos sobre os mais diversos assuntos. Geralmente interesses, família, convívio, e desempenho escolar. Não sei porque motivo ela depositava tanta confiança em mim. Talvez acreditasse um dia que aquela caminhada me acompanhando à escola era, sabe-se lá porque, uma espécie de investimento. Ou talvez, nem fizesse idéia de que um dia eu viraria gente de verdade, e tentava apenas poupar o trabalho de uma senhora no ônibus. - E minha mãe nem era uma senhooora, na verdade -.

Pois bem. Esse meu trabalho final do período de rádio da faculdade, quero dedicar de já as pessoas que, por algum motivo ou sem motivo algum acreditaram em mim um dia e ajudaram da maneira que encontraram. Fosse indo comigo as entrevistas, emprestando algum material, pagando uma cerveja pela espera, mandando links de material pra pesquisa, fornecendo números para contatos, dando idéia e sugestões, conversando horas no telefones sobre o procedimento das entrevistas e o tema escolhido, mandando msg no meio da madrugada e dizendo que "tudo ia dar certo", tirando dúvidas na sala de aula e dizendo que cobrava mais caro por aula particular, se oferecendo pra fazer a locução, ou simplesmente - há uns 10 anos atrás - se oferecendo pra me acompanhar até a escola. E é claro, a minha mãe também, que adquiriu alguns bons calos nos pés pela longa caminhada.

Agradeço também à disposição do Américo - professor de rádio - em responder meus emails e tentar com muita paciência me mostrar que é muito difícil distinguir temperamento forte com arrogância e que orgulho ferido não leva a muita coisa não. Pode não parecer, mas levo muito a sério os conselhos dele como mestre, embora na maioria das vezes eu não consiga seguir. Fico grata também pelas pessoas que me fizeram raiva e me chatearam até o último minuto. Isso me trouxe novas experiências, me testanto e provando a minha capacidade de construir algo sozinha.

E além dos agradecimentos, deixo aqui também um enorme parabéns as outras pessoas da minha turma, que conseguiram superar as dificuldades e os atritos e levar a produção de seus docs. em diante, produzindo alguns materiais realmente bons e tendo a capacidade de ouvir, elogiar, criticar e sobretudo respeitar o trabalho dos colegas. Porque eu acho que isso é característica dos formadores de opinião que futuramente seremos, quer queira ou não queira o STF. Àqueles que por algum minuto tiveram a miudez de enfrentar aquilo como nada mais que um trabalho qualquer pra pular pro próximo período do curso, eu só sinceramente lamento. Porque a mediocridade humana chega a me espantar. Você pode negar que tenham pessoas mais capazes que você durante o período de faculdade, mas o mundo real é lá fora, e aí, meu amigo, não vai dar mais pra enganar a si mesmo.

E eu tirei a nota máxima por que sou melhor que alguém ali? Absolutamente não. Mas talvez eu tenha mais interesse em fazer bem as coisas que levarão meu nome, minha assinatura, minha marca. E talvez também, quem sabe, aquela professora já tivesse percebido isso em mim naquele tempo, no caminho pra escola.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Segurança Insegura

Então...depois de um tempo sem postar nada aqui no blog...vamos pra um lado bem negativo e que ainda existe no mundo do skate, a Repressão Policial.
Segunda-feira, dia 15 de junho, a mais ou menos umas 21h, chegaram três policiais do RONE (Rondas Ostensivas de Natureza Especial) pra fazer uma abordagem de costume com alguns skatistas que estavam presentes na Praça Ocílio Lago. Só que isso passou dos limites quando um dos policiais despreparados "do nada" derrubou um dos jovens e começou a agredir com chutes e socos, sem nenhuma justificativa. Achando isso pouco, algemou o skatista e levou-o preso, sendo que o mesmo é de menor. Acho que "despreparado" é um adjetivo bem leve que podemos dar a um individuo que pratica esse tipo de coisa, e ainda faz parte da comunidade que tenta trazer a segurança aos cidadãos. Acho que não, pois hoje ele foi altamente infeliz ao fazer o ato de injustiça, abuso, erro, tristeza e tantos outros termos tristes que podemos usar nesse caso bem horrível. Queremos justiça e mais uma vez a polícia agiu erroneamente contra pessoas que trazem paz e muita tranquilidade para a população que habita os arredores da Praça Ocílio Lago (Praça do Skate). Qual justificativa eles têm para levarem preso um skatista de menor e além de tudo, depois de tanta agressão, algemarem ele, o que pelo Estatuto da Criança e Adolescente é proibido?
Repressão Policial contra skatistas

Policiais despreparados

O Skatista de menor conhecido como "Francês" algemado


Texto e Fotos por Maurício Pokemon

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Samba no pé e água na cabeça.

Quem se preocupou em dar um trato de beleza na aparência para não ter vaga garantida no “Eita que povo feio”, bloco destinado àqueles desprovidos do pincel de Deus, e passou a tarde inteira enfurnada dentro dos salões de beleza, viu sua máscara de pó ir literalmente por água abaixo. É que as chuvas em Teresina estavam destinadas a por fim em nosso carnaval, mas, nem por isso, as caravanas da prefeitura abandonaram os foliões na parada.
Por volta das sete e meia da noite vários carros chegavam dos bairros da cidade trazendo os foliões para a primeira noite de carnaval em Teresina. Vinham do Saci, do Mocambinho, do Itararé, Parque Piauí e diversos outros lugares com a finalidade única de sacudirem o corpo e as latas de cerveja pelos ares ao som do desfile das escolas de Samba. A primeira impressão que se tem quando se põe o pé na Avenida Marechal Castelo Branco é de que o rio Poty tomou conta do lugar, tudo devido à grande quantidade de lama que escorre pela passarela dos sambistas, um problema que os órgãos públicos já deveriam ter resolvido, assim como as arquibancadas descobertas que ficam ao léu, ao vento e, ano após ano, à chuva.
Apesar dos pesares dava para sentir nos olhos e ouvidos a exaltação na avenida. Uma algazarra de crianças misturada ao toque das baterias e à gritaria dos vendedores ambulantes. Soma-se a isso uma queda de energia que todo ano participa ativamente do evento. Mas quero deixar aqui um lembrete de afeto a todos que acreditam que esse carnaval pode, um dia quem sabe, ser melhor.
A começar quero destacar aqui os esforços dos sambistas e de todos aqueles que participaram do desfile; meus cumprimentos aos seguranças que estavam cumprindo dever no local; um abraço para a tia Joana do cachorro-quente (o melhor da cidade); um agradecimento aos amigos da limpeza que preparam a avenida para que outros venham sujar no dia seguinte; uma reclamação ao vendedor de bebidas que estava vendendo uma garrafa de água mineral (500ml) a dois reais; e por fim queria dizer que não tiro o chapéu, ou melhor, a fantasia para a polêmica midiática do dia, que diz respeito à declaração do nosso prefeito de que o carnaval seria mais interessante se fosse o desfile acompanhando trios elétricos. Acho que o prefeito sabe melhor do que ninguém que o problema é de outra natureza, e mesmo não sendo freqüentador de carterinha dos carnavais, prefiro os carros alegórico, ainda que feitos de isopor e lona.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Pela sua partida

Um marimbondo hoje, logo cedo, pela manhã, se desgarrou de nossas terras.
E, é triste a dor do parto, mas coisas novas precisam nascer, crescer, produzir. Como marimbondo que é marimbondo é sedento por novidades, o idealizador deste projeto quase embalsamado bateu as asas e se mandou, levando pouca coisa e bastante saudade, acredito. Ou não.
Tomei a liberdade, de metida que sou -somos- de vir até aqui e escrever este singelo poste ressurgindo a caixa de voadores das cinzas, e em nome de todos aqueles que se denominam marimbondos em ação, desejar todas aquelas coisas boas que se desejam pra quem parte, com o coração na mão, é claro, mas com o desejo de que realmente nossa idéia seja levada a diante, a distante, bem pertinho, ali em sampa.
E, alguém já disse uma vez que as pessoas precisam partir pra que possamos nos dar conta do quanto representavam para nós.

Avante, marimbondo Juca!
Sorte sem parar.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Projeto "Bagasexta Cultural"

A partir de hoje, as noites de sexta-feira da Faculdade Ceut não serão as mesmas, pelo menos no que diz respeito a movimentação cultural. O prof. Américo Abreu, em parceria com os alunos de Comunicação Social, criou o “Projeto Bagasexta Cultural”, que acontecerá toda sexta-feira no espaço entre a Rádio Ceut e a Livraria Universitária, para facilitar a transmissão pela Rádio. O objetivo é dar maior visibilidade aos artistas teresinenses, em especial alunos e ex-alunos de todos os cursos.
Na abertura do projeto, os alunos de Jornalismo mostrarão seu talento musical, acompanhados pelo violão do também aluno Emanuel Ramos. A cada sexta-feira, durante meia hora, um artista convidado concederá uma entrevista descontraída, entremeada por músicas, movimentando o início das aulas. Os alunos também poderão dar "canjas", seja tocando ou cantando.
Segundo o prof. Américo, "oportunamente esse projeto pode ser levado para o Espaço Cultural, funcionando como o embrião de um projeto cultural maior e que movimente alunos de todos os cursos desta IES. No início, os alunos do bloco de Rádio (5º C) vão se revesar na produção do programa, podendo acatar sugestões da comunidade universitária para atrações futuras. Qualquer aluno, professor ou funcionário, de qualquer curso, se quiser poderá solicitar um espaço para mostrar o seu trabalho. A idéia é que esses terão prioridade".
A ambientação do programa será feita pelos próprios alunos no melhor estilo "um banquinho e um violão", sem palco, bem próximo ao público. "O convidado utilizará um banquinho alto, assim como o apresentador. Haverá um pedestal para violão quando necessário, e a conversa será transmitida ao vivo pela Rádio Ceut", diz Américo.
Os interessados em participar do projeto deverão procurar os professores Américo Abreu e Sâmia Brito, na Coordenação de Comunicação Social do Ceut.

domingo, 31 de agosto de 2008

Graffit é arte





Ultimamente Teresina vem ganhando belos quadros urbanos. Graffiteiros, ativistas estão produzindo várias artes distribuídas pela cidade, através de um dos elementos do Movimento Hip Hop. Pode-se notar uma cidade mais "viva". Lugares onde estão em situação de desprezo e abandono, tornam-se bem chamativos pelas cores que estão ali estampando a parede. Um exemplo é o vagão que estava abandonado ali na Av. Marechal Castelo Branco, próximo à Estátua de Iemanjá. Hoje ele está completamente graffitado.
Logo estarei postando mais fotos de graffits de Teresina.

Texto e fotos: Maurício Soares "Pokemon"

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Sai da frente que o futuro quer passar!








Os passos apressados nos corredores confirmam o início de mais um período letivo. A louca rotina da faculdade toma conta de tudo e se define nos velhos e novos rostos, nas tribos que se formam aleatoriamente e provocam burburinho por onde passam. O mergulho na massa de gente aguça a curiosidade, alerta os sentidos, empolga. São mundos diferentes, cabeças diferentes, mas basicamente pessoas com o mesmo objetivo: a formação superior. A faixa etária vai desde adolescentes sedentos de informação até homens e mulheres maduros buscando aperfeiçoar-se ou mesmo iniciar a vida profissional.

Eu fico me perguntando quais serão as conseqüências desse "boom" dos cursos superiores e da grande procura por faculdades de uns tempos pra cá, porque o mercado de trabalho talvez não consiga absorver tanta gente. Pelo menos o mercado local não tem condições de empregar toda essa moçada que corre atrás de um sonho. Tem gente demais, eu diria. Por outro lado, o velho espírito competitivo vem à tona com força total lançando seu desafio: que vençam os melhores. Porque o famoso q.i.* pode até abrir as portas, mas no final das contas é o profissional bem preparado quem vai colher os louros da vitória. Qualquer um que tenha consciência disso pode ter certeza que está a um passo do caminho certo.

(*quem indica, na linguagem popular)